Eu conheci meu marido em 1998, um carioca flamenguista de nascença e não conhecia Belo Horizonte. Durante nosso namoro, por motivos profissionais dele, quem se deslocava para namorarmos era eu. E quando lá no Rio em nossas conversas, falava sempre dos encantos de nossa BH e dentre eles, o caldo de mocotó do Nonô. Ele chato pra comida dizia: nunca comi e acho que não vou gostar. Era inconcebível pra mim, a existência de um ser humano no mundo que nunca provou um bom caldo de mocotó. E eu dizia: quando você for a BH o primeiro lugar que vou te levar é no Nonô, é o melhor caldo de mocotó do universo, Deus existe e mora dentro daquela caneca.
E surgiu a tão esperada oportunidade dele vir a BH. Eu estava na maior expectativa para apresentar minha cidade ao futuro marido. Frio na barriga e a sensação de que o tal "felizes para sempre" só seria possível caso ele se encantasse por BH (afinal o Rio é arrebatadoramente lindo) e sendo assim, eu não poderia errar na escolha, reza a lenda que a primeira impressão é a que fica.
- Tichinha chego em BH às 5h30
- Oba! Às 5h15 tô na rodoviária te esperando.
Às 5h40 desce o futuro marido do "Cometão". Saímos da rodoviária e seguimos felizes de mãos dadas pela Av. Paraná, já bem movimentada pelas gentes trabalhadoras, era uma Sexta feira.
- "Cê" vai experimetar o melhor caldo de mocotó do
mundo
- Humm sei não, sei não...
Chegamos no paraíso:
- Bom dia!
- Bom dia!
- Dois caldos com ovo de codorna e"dois pãozim", uma coca
e capricha no barranco!
As canecas marrons se esvaziaram e ao pagar a conta, eu quase ouvi "eu vos declaro marido e mulher" do rapaz do caixa ao nos devolver o troco e somos felizes para sempre,até hoje.
Esse dia foi muito especial pra nós...
